Petição
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) da $[processo_vara] Vara do Trabalho de $[processo_comarca] - $[processo_uf]
$[parte_autor_nome_completo], $[parte_autor_nacionalidade], $[parte_autor_estado_civil], $[parte_autor_profissao], portador do $[parte_autor_rg] e inscrito no $[parte_autor_cpf], residente e domiciliado na $[parte_autor_endereco_completo], vem perante Vossa Excelência, por seus procuradores, ut instrumento de mandato anexo, propor a presente
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA PELO RITO ORDINÁRIO C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
em face de $[parte_reu_razao_social], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no $[parte_reu_cnpj], com sede na $[parte_reu_endereco_completo], nas pessoas de seus representantes legais, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
DA DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA
Cumpre esclarecer, Excelência, o fato da Empresa Reclamada ter rescindido todos os contratos ao mesmo tempo, ou seja, 12 (doze) funcionários despedidos no mesmo dia. Dito isto, o fato de todos os ex-funcionários estarem representados pelo mesmo procurador, tendo os processos sido encaminhados no mesmo final de semana, poderia ser benéfico aos mesmos e ao próprio Fórum Trabalhista, que todos fossem instruídos pelo mesmo julgador.
Digressiona-se: Por conhecer a matéria e o caso, o Julgador teria mais facilidade em resolver as 12 (doze) lides, tanto para mediar possíveis acordos, como para sentenciar, pois não denotaria o mesmo tempo para analisar os processos por já ter conhecimento da matéria e dos fatos.
Nesta linha, REQUER-SE a distribuição por dependência ao processo já supracitado, por ter sido o primeiro na ordem de distribuição.
DOS FATOS
O Reclamante conforme consta em suas anotações consubstanciadas à sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, iniciou a laborar para a Reclamada em 11 de março de 2003, na função de AUXILIAR DE CONTABILIDADE, com remuneração à época de R$ 846,00 (oitocentos e quarenta e seis reais) mensais, tendo sido afastado/despedido SEM JUSTA CAUSA, na data de 31 de outubro de 2016.
É consabido que a Empresa Reclamada, $[parte_reu_razao_social], atua no ramo de beneficiamento de arroz e de rações preparadas, foi fundada a mais de 37 (trinta e sete) anos, possuindo 4 (quatro) estabelecimentos, os quais podem ser classificados em Matriz, Filiais e Sucursais, empregando aproximadamente mais de 40 funcionários segundo informações do seu próprio site.
Cumpre salientar, Excelência, que o Reclamante recebeu o aviso-prévio na data de 31 de outubro do corrente ano, juntamente com mais 11 (onze) colegas, tendo sido informado pela Empresa que deveria comparecer ao Sindicato da Categoria, na data de 10 de novembro de 2016, às 14h15min, conforme aviso-prévio em anexo. Ocorre que, para sua surpresa e de seus colegas, não bastasse a despedida da maneira como fora realizada, o que causou grande abalo após todos esses anos de laboro junto a Reclamada, A EMPRESA RECLAMADA SIMPLESMENTE NÃO COMPARECEU AO SINDICATO PARA PERFECTIBILIZAR A BAIXA DA CTPS DO RECLAMANTE E DOS DEMAIS FUNCIONÁRIOS, nem tampouco entregou as guias de seguro-desemprego e as chaves para liberação do FGTS junto à Caixa Econômica Federal, algo totalmente absurdo, pois deixou todos seus ex-funcionários sem suas verbas rescisórias e principalmente sem documentos necessários a encaminhar o seu seguro-desemprego.
Ora, Excelência, situação totalmente alienígena, impossível crer que uma Empresa com tantos anos de serviço, e com a história da $[geral_informacao_generica] na cidade de $[geral_informacao_generica], poderia fazer isso com seus funcionários, alguns com mais de 30 (trinta) anos dentro da Empresa, o que inegavelmente causa um abalo ao próprio psicológico dos funcionários despedidos, que de uma hora para outra, se vêm totalmente desprotegidos e privados de recursos financeiros para nem sequer prover a alimentação de suas famílias.
Por tal motivo, requer o Reclamante a prestação da tutela jurisdicional do Estado, com o intuito de ver-se devidamente amparada em suas pretensões.
DO DIREITO E DAS VERBAS DEVIDAS
Como já mencionado acima, entende o Reclamante que deve ser o contrato de trabalho considerado da seguinte forma: Com INÍCIO em 11/03/2003, com aviso-prévio indenizado de 69 (sessenta e nove) dias, concedido na data de 31/10/2016, projetando-se no tempo, devendo ser considerado como o efetivo TÉRMINO do contrato de Trabalho a data de 08/01/2017. Assim, se passará à fundamentação dos pedidos com base na legislação trabalhista.
1 - DAS VERBAS RESCISÓRIAS
1.1 – DO FGTS E DA MULTA COMPENSATÓRIA DE 40%
Tendo em vista a configuração de despedida sem justa causa, faz jus o Reclamante à liberação dos depósitos do FGTS, além da multa compensatória de 40% (quarenta inteiros por cento) sobre todos os depósitos realizados e os depósitos faltantes, devendo ser adimplido os valores faltantes e depositados conforme preleciona a Lei nº 9.491 de 1997 em conta vinculada ao Obreiro, frise-se “conforme informações do Rh da Empresa, um total de 40 (quarenta) meses”, tudo com fulcro no art. 18, § 1º da Lei nº 8.036/90.
Nesta linha, requer o Reclamante seja condenada a Empresa Reclamada na obrigação de fazer consistente em regularizar todos os depósitos do FGTS decorrentes das parcelas em atraso, bem como imediatamente após regularizados os depósitos, entregar à parte reclamante a guia para levantamento do FGTS, na hipótese de descumprimento, seja expedido alvará pela Secretaria da Vara.
1.2 - DO AVISO-PRÉVIO
No que concerne aos valores atinentes ao aviso-prévio, importante salientar que o Obreiro deixou de perceber os valores relativos aos 30 dias de aviso-prévio e mais os 03 (três) dias para cada ano completo de laboro ao mesmo empregador, ou seja, o Reclamante deixou de perceber o correspondente aos 69 (sessenta e nove) dias de aviso-prévio indenizado.
Desta forma, deve tal verba incidir seus reflexos em férias, 1/3 de férias, 13º salário, FGTS e INSS, integrando para todos os fins esse período como tempo de serviço, conforme artigo 487, § 1° da CLT .
1.3 - DO 13º SALÁRIO (PROPORCIONAL)
Em decorrência da despedida sem justa causa, faz jus o Reclamante ao recebimento dos valores relativos ao 13º salário proporcional, ou seja, somado o período de aviso-prévio indenizado, devendo ser calculado os valores correspondentes com base em 12/12 avos, ou um ano completo de 13º salário.
1.4 – DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS E DO 1/3 DE FÉRIAS
Deve ainda a Reclamada, ser condenada a alcançar os valores correspondentes às férias proporcionais e os valores inferentes ao 1/3 de férias, em consonância com o digressionado nos artigos 130 da CLT, 7°, inciso XVII, da CF e súmula 450 do TST, considerando a existência de um período de férias vencidas que deveram ser alcançadas em dobro, bem como o período atual de férias proporcionais de 11/12 (onze doze avos), devendo ainda incidir o 1/3 de férias sobre às férias vencidas e o período atual de férias proporcionais de 11/12 (onze doze avos), conforme supracitado.
2 - DAS VERBAS TRABALHISTAS
2.1 – DAS DIFERENÇAS SALARIAIS EM RELAÇÃO AO DISSÍDIO
Cumpre informar, Excelência, o fato da Empresa Reclamada não ter alcançado os valores retroativos ao dissídio inferente aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2016, devendo tais diferenças serem corrigidas e alcançadas com seus reflexos em todas as demais verbas trabalhistas como FGTS, férias + 1/3 constitucional, 13º salários, DSR’s, contribuição previdenciária e aviso-prévio, os quais, igualmente, deverão ser pagos, consoante os Enunciados 151, 45, 172 e 63, todos da Súmula do TST.
2.2 – DAS VERBAS INFERENTES AO INSS
Nesta linha, percuciente salientar o fato do Rh da Empresa ter informado aos funcionários que a Reclamada estaria recolhendo os valores inferentes ao INSS dos Funcionários e não estaria repassando para o Instituto Nacional da Seguridade Social, o que desde já é objeto de repudio pela Parte Reclamante.
Diante disso, REQUER a Parte Reclamante, seja notificada a Reclamada para confirmar todos os recolhimentos inferentes ao INSS no lapso temporal não abarcado pela prescrição, bem como caso seja confirmado tal fato, qual seja, o não recolhimento dos valores Sociais, seja condenada a Empresa Reclamada a recolher os valores correspondentes ao período debatido.
2.3 – DA EXISTÊNCIA DE FÉRIAS VENCIDAS
Cumpre salientar, Excelência, a existência de férias vencidas, devendo assim ser condenada a Empresa Reclamada por não ter permitido a Parte Reclamante gozar suas férias dentro do período concessivo obrigatório de 01 (um) ano após a data em que a Parte Obreira adquiriu o direito, devendo assim ser alcançada em dobro conforme preleciona o art. 137 da CLT, devendo para todos os efeitos ser integralizados todos os adicionais, inclusive, se existentes, as rubrica de insalubridade, adicional noturno, periculosidade, médias variáveis de comissão/percentagem, e o 1/3 de férias.
2.4 – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
Deve ainda a Reclamada ser condenada a alcançar os valores correspondentes à multa no caso da Reclamada não efetuar o pagamento das verbas rescisórias incontroversas até a data da primeira audiência.
2.5 – DA MULTA DO ART. 477 DA CLT
Desde já, requer o Reclamante o pagamento da multa do artigo 477 da CLT, em conformidade com seus parágrafos §6º e §8º, que assim estabelecem. Nesta linha, importante asseverar que restam comprovados pelos documentos anexados a presente lide, o fato da Empresa não ter comparecido ao SINDICATO da categoria para efetuar o adimplemento das verbas rescisórias, devendo assim ser condenada a alcançar a Parte Reclamante os valores correspondentes a uma remuneração devidamente corrigido.
Merece relevo, digno de nota que foi cancelada a OJ/SDI-I 351 do TST, que afastava o pagamento da multa prevista no artigo 477, §8º, da CLT nas hipóteses de fundada controvérsia quanto à existência da obrigação cujo inadimplemento a gerou.
Nesse sentido, o atual entendimento do TST, inclusive por sua Subseção I, Especializada em Dissídios Individuais de Dissídios Individuais, assim passou a entender:
"MULTA PREVISTA NO ART. 477, § 8º, DA CLT. VÍNCULO DE EMPREGO RECONHECIDO EM JUÍZO. A circunstância de o vínculo de emprego ter sido reconhecido em juízo …