Direito Penal

[Modelo] de Habeas Corpus | Reconhecimento de Confissão Espontânea e Compensação de Reincidência

Resumo com Inteligência Artificial

Modelo de habeas corpus que solicita o reconhecimento da confissão espontânea como atenuante, compensando-a com a reincidência. O autor argumenta que a confissão, mesmo parcial, deve ser considerada na dosimetria da pena, visando a redução da condenação imposta ao paciente.

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Sobre este documento

Petição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA $[processo_estado]

 

 

 

 

 

 

 

 

$[advogado_nome_completo], com endereço à $[advogado_endereco] – vem, respeitosamente, perante esse Colendo Superior Tribunal, com fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII e artigo 105, inciso I, alínea c, ambos da Constituição Federal de 1988 e artigo 647 e seguintes, do Código de Processo Penal, impetrar o presente 

 

HABEAS CORPUS

Com Pedido Liminar

 

em favor de $[parte_autor_nome_completo], $[parte_autor_estado_civil], $[parte_autor_profissao], $[parte_autor_rg],$[parte_autor_cpf] , residente e domiciliado $[parte_autor_endereco_completo], pelas razões que passa a expor.

 

I. DOS FATOS

 

O paciente foi denunciado pela suposta prática do delito tipificado nos artigos 157, caput, do Código Penal, tendo sido, ao final, condenado a uma pena de 04 (cinco) anos e 8 (oito) meses de reclusão, no regime fechado, e ao pagamento de 11 (onze) dias multa.

 

Foi interposto recurso de apelação pela Defesa (fls. 157/162), o qual foi distribuído para a 12ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de $[processo_estado].

 

O acórdão foi prolatado às fls. 196/201, tendo a Colenda Câmara, negado provimento ao recurso.

 

Ocorre que, ao assim decidir, a Colenda Câmara deu causa à coação ilegal ao direito de ir e vir do paciente, ensejando a admissibilidade do presente writt.

 

II. DO RECONHECIMENTO DA CONFISSÃO NESTE CASO CONCRETO

 

Na segunda fase da dosimetria da pena, o D. Magistrada deixou de reconhecer a confissão do paciente em razão de não ter sido integral, visto que, segundo ela, estes alteram a dinâmica do fato para atenuar suas consequências.

 

Tal entendimento foi chancelado pela 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, a negar provimento ao recurso defensivo.

 

Contudo, sabemos que a confissão ainda que parcial, deve sim ser utilizada como atenuante, caso constitua fundamento para embasar a condenação do imputado, exatamente como ocorreu no presente caso.

 

Sabemos que o acusado não tem a obrigação moral em cooperar com o aparelho repressor Estatal, podendo se utilizar de todos os meios não defesos em lei, para a sua ampla defesa. 

 

Ainda que o apelante, em juízo, tenha discordado de parte do descrito na denúncia, é certo que confirmou a autoria ao confessar que adentrou o imóvel visado subtrair qualquer objeto.

 

Isso porque, conforme entendimento da doutrina, ratificado também pelo Supremo Tribunal Federal, é a confissão espontânea uma faceta da personalidade do agente, refletindo o arrependimento e a vontade de cooperar com a Justiça. Vejamos:

 

HABEAS CORPUS. DOSIMETRIA DA PENA. CONCURSOS DE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES. PREPONDERÂNCIA. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO COM A AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA. ORDEM CONCEDIDA. 1. A Constituição Federal assegura aos presos o direito ao silêncio (inciso LXIII do art. 5º). Nessa mesma linha de orientação, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (Pacto de São José da Costa Rica) institucionaliza o princípio da “não-auto-incriminação” (nemotenetur se detegere). Esse direito subjetivo de não se auto-incriminar constitui uma das mais eminentes formas de densificação da garantia do devido processo penal e do direito à presunção de não-culpabilidade (inciso LVII do art. 5º da Constituição Federal). A revelar, primeiro, que o processo penal é o espaço de atuação apropriada para o órgão de acusação demonstrar por modo robusto a autoria e a materialidade do delito. Órgão que não pode se esquivar da incumbência de fazer da instrução criminal a sua estratégia oportunidade de produzir material probatório substancialmente sólido em termos de comprovação da existência de fato típico e ilícito, além da culpabilidade do acusado. 2. A presunção de não-culpabilidade trata, mais do que de uma garantia, de um direito substantivo. Direito material que tem por conteúdo a presunção de não-culpabilidade. Esse o bem jurídico substantivamente tutelado pela Constituição; ou seja, a presunção de não-culpabilidade como o próprio conteúdo de um direito substantivo de matriz constitucional. Logo, o direito à presunção de não-culpabilidade é situação jurídica ativa ainda mais densa ou de mais forte carga protetiva do que a simples presunção de inocência. 3. O Supremo Tribunal Federal tem entendido que não se pode relacionar a personalidade do agente (ou toda uma crônica de vida) com a descrição, por esse mesmo agente, dos fatos delitivos que lhe são debitados (HC 102.486, da relatoria da ministra Cármen Lúcia; HC 99.446, da relatoria da ministra Ellen Gracie). Por outra volta, não se pode perder de vista o caráter individual dos direitos subjetivo-constitucionais em matéria penal. E como o indivíduo é sempre uma realidade única ou insimilar, irrepetível mesmo na sua condição de microcosmo ou de um universo à parte, todo instituto de direito penal que se lhe aplique – pena, prisão, progressão de regime penitenciário, liberdade provisória, conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos – há de exibir o timbre da personalização. Quero dizer: tudo tem que ser personalizado na concreta aplicação do direito constitucional-penal, porque a própria Constituição é que se deseja assim orteguianamente aplicada (na linha do “Eu sou eu e minhas circunstâncias”, como sentenciou Ortega Y Gasset). E como estamos a cuidar de dosimetria da pena, mais fortemente se deve falar em personalização.4. Nessa ampla moldura, a assunção da responsabilidade pelo fato-crime, por aquele que tem a seu favor o direito a não se auto-incriminar, revela a consciência do descumprimento de uma norma social (e de suas consequências), não podendo, portanto, ser dissociada da noção de personalidade.5. No caso concreto, a leitura da sentença penal condenatória revela que a confissão do paciente, em conjunto com as provas apuradas sob o contraditório, embasou o juízo condenatório. Mais do que isso: as palavras dos acusados (entre eles o ora paciente) foram usadas pelo magistrado sentenciante para rechaçar a tese defensiva de delito meramente tentado. É dizer: a confissão do paciente contribuiu efetivamente para sua condenação e afastou as chances de reconhecimento da tese alinhavada pela própria defesa técnica (tese de não consumação do crime). O que reforça a necessidade de desembaraçar o usufruto máximo à sanção premial da atenuante. Assumindo para com ele, paciente, uma postura de lealdade (esse vívido conteúdo do princípio que, na cabeça do art. 37 da Constituição, toma o explícito nome de moralidade). 6. Ordem concedida para reconhecer o caráter preponderante da confissão espontânea e determinar ao Juízo Processante que redimensione a pena imposta ao paciente. 

(HC 101909, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 28/02/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-119 DIVULG 18-06-2012 PUBLIC 19-06-2012)

 

Não outro é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tendo decidido nesse sentido em sede dos …

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