Petição
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA $[PROCESSO_VARA] VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE $[PROCESSO_COMARCA] - $[PROCESSO_UF]
Processo nº $[processo_numero_cnj]
$[parte_autor_razao_social], já devidamente qualificada nos autos em epígrafe, que lhe movem $[parte_reu_nome_completo], vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seus procuradores infra assinados, ut instrumento procuratório em anexo (doc. 01), apresentar a presente
CONTESTAÇÃO
às razões trazidas à inicial, pelos fundamentos de fato e de direito que seguem.
Não merecem prosperar os argumentos tecidos pelo Requerente, posto não corresponderem com a devida exatidão ao ocorrido.
Primeiramente, mister salientar que o Requerente buscou configurar uma situação danosa inexistente, alegando ter adquirido outro veículo em razão do “desinteresse do Requerido em efetuar o conserto dos danos causados”.
Ora, onde está o nexo causal? A Ré por certo não envolveu valores em suas tratativas conciliatórias – por assim não entender devido – e, por tal, o Requerente viu-se obrigado a adquirir um novo veículo?
Tal alegação beira o ridículo e desrespeita a inteligência dos demais envolvidos na presente lide!
Mas não cabe aqui ater-se a tais pontos, visto não ter o Requerente se preocupado em momento algum em comprovar seus alegados danos, limitando-se apenas a sugerir valores e situações que em nada enriquecem o esclarecimento dos fatos.
Ademais, se os prejuízos que teve foram tão sensíveis, por quais razões somente em $[geral_data_generica] buscou o ressarcimento de um evento ocorrido em $[geral_data_generica]?
Mesmo na remota admissão da ocorrência de tais danos, há de se considerar que a Requerida também sofreu danos em seu patrimônio, e ainda piores: tratando-se de uma empresa, utilizava o veículo para sua atividade fim!
Ficando o veículo parado, não pôde gerar renda para a empresa, deixando de atender a seus clientes – aqui já se configura não só o lucro cessante, mas também o sensível abalo na imagem da empresa frente a seus clientes e conseqüente favorecimento da concorrência.
Porém, está sendo olvidado ponto cerne de toda esta problemática: o fato entremeia-se de nítida culpa concorrente.
Esta se comprova na medida em que o Sr. $[parte_reu_nome] trafegava em imprudente excesso de velocidade, abalroando o veículo da Requerida sem quaisquer chances de reação.
Poderia até estar na via preferencial, mas surgiu bruscamente quando o condutor do veículo da Requerida seguramente iniciava sua transição de uma rua a outra. Apareceu de maneira abrubta, saído certamente de algumas das outras ruas perpendiculares.
Se houve alguma imprudência, esta recairá sobre o Sr. $[parte_reu_nome], que conduzia seu veículo Ford Escort 1.8 Fórmula em altíssima velocidade!
Ora, antes de ingressar com algum procedimento judicial indenizatório, faz-se imperioso analisar, com amparo no bom senso e na boa fé, quem realmente foi culpado pelo sinistro.
Ademais, situações de culpa concorrente em acidentes de trânsito são deveras comuns, já tendo sólido entendimento jurisprudencial firmado em nosso Tribunal de Justiça:
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. INVASÃO DE VIA PREFERENCIAL. VELOCIDADE …