Direito do Trabalho

Violência psicológica e medidas protetivas: como se proteger

Atualizado 13/12/2023

5 min. de leitura

Violência psicológica e medidas protetivas: como se proteger

A violência psicológica é uma forma de abuso que, muitas vezes, passa despercebida, mas pode ter impactos devastadores na vida das vítimas. Neste artigo, exploraremos em detalhes o que é a violência psicológica, como ela se manifesta e quais medidas protetivas podem ser obtidas para se proteger. É importante lembrar que a violência psicológica não é menos prejudicial do que a violência física e merece toda a atenção e proteção legal necessária.

O que é violência psicológica?

A violência psicológica é definida como qualquer ação que cause dano emocional, diminuição da autoestima, ou controle excessivo sobre outra pessoa, sem o seu consentimento. Essa forma de abuso pode ocorrer em diferentes contextos, mas é mais comumente associada a relacionamentos abusivos, especialmente no âmbito doméstico.

Algumas das formas mais comuns de violência psicológica incluem:

Ameaças e intimidações: Isso pode incluir ameaças de violência física, verbal ou emocional, bem como ações que fazem a vítima se sentir ameaçada.

Isolamento social: O agressor pode tentar isolar a vítima de amigos e familiares, tornando-a mais vulnerável e dependente.

Humilhação e depreciação: Comentários e ações que visam diminuir a autoestima da vítima, fazendo-a sentir-se inútil ou inadequada.

Controle excessivo: O agressor pode tentar controlar todos os aspectos da vida da vítima, incluindo suas finanças, movimentos e contatos.

Manipulação emocional: Isso pode incluir jogos mentais, chantagem emocional e tentativas de fazer a vítima se sentir culpada.

Manifestações comuns de violência psicológica

A violência psicológica pode se manifestar de diversas maneiras, tornando-se muitas vezes difícil de identificar. É importante estar ciente das formas mais comuns de manifestação dessa violência para poder reconhecê-las e buscar ajuda quando necessário. Algumas das manifestações mais comuns incluem:

Isolamento social

O agressor pode tentar isolar a vítima de amigos e familiares, tornando-a mais dependente e vulnerável. Isso pode incluir proibições de sair de casa, visitar parentes ou falar com amigos.

Humilhação e degradação

Comentários humilhantes, depreciação constante e insultos são frequentemente usados para minar a autoestima da vítima e fazê-la sentir-se inadequada.

Ameaças e intimidações

Ameaças de violência física, verbal ou emocional são comuns na violência psicológica. O agressor pode criar um ambiente de medo e insegurança constante.

Controle excessivo

O agressor pode tentar controlar todos os aspectos da vida da vítima, desde suas finanças até sua liberdade de movimento. Isso pode incluir o monitoramento constante das atividades da vítima.

Manipulação emocional

A manipulação emocional é uma tática comum na violência psicológica. O agressor pode usar jogos mentais, chantagem emocional e outras estratégias para controlar a vítima.

A importância das medidas protetivas

Quando uma pessoa é vítima de violência psicológica, é crucial buscar ajuda e proteção. Uma das formas de proteção legal mais importantes é a obtenção de medidas protetivas. As medidas protetivas são ordens judiciais que visam garantir a segurança e o bem-estar da vítima, restringindo as ações do agressor.

No contexto da violência psicológica, as medidas protetivas podem incluir:

Proibição de contato: O agressor é proibido de entrar em contato com a vítima, seja pessoalmente, por telefone, mensagens ou redes sociais.

Distância mínima: O agressor é obrigado a manter uma distância mínima da vítima, garantindo sua segurança física e emocional.

Proibição de frequentar locais: O agressor pode ser proibido de frequentar locais frequentados pela vítima, como sua casa, trabalho ou escola.

Pensão alimentícia: Em casos envolvendo dependentes financeiros, o agressor pode ser obrigado a pagar uma pensão alimentícia.

Afastamento do lar: Em situações de violência doméstica, o agressor pode ser obrigado a sair da residência compartilhada.

Como obter medidas protetivas?

A obtenção de medidas protetivas é um processo legal que exige a assistência de um advogado. Para iniciar o processo, a vítima deve seguir os seguintes passos:

Registro de boletim de ocorrência: O primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. É importante documentar todas as evidências de violência psicológica, incluindo mensagens de texto, e-mails, registros de chamadas e qualquer outro tipo de prova.

Procurar um advogado: Em seguida, é fundamental procurar um advogado especializado em direito de família e violência doméstica. O advogado irá orientar a vítima sobre como proceder e representá-la legalmente no processo.

Requerer as medidas protetivas: O advogado irá preparar os documentos necessários para requerer as medidas protetivas junto ao juiz. É importante apresentar todas as evidências disponíveis para fortalecer o caso.

Audiência Judicial: Após a apresentação do pedido, o juiz marcará uma audiência para avaliar a situação. A vítima e o agressor serão ouvidos, e o juiz decidirá se as medidas protetivas são necessárias.

Cumprimento das Medidas: Uma vez concedidas, as medidas protetivas devem ser cumpridas pelo agressor. Qualquer violação pode resultar em consequências legais graves.

Lei Maria da Penha e a violência psicológica

No Brasil, a Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340/2006, é a principal legislação que aborda a violência contra a mulher, incluindo a violência psicológica. A lei foi criada com o objetivo de proteger as mulheres contra qualquer forma de violência doméstica e familiar.

Ela define a violência psicológica como uma das formas de violência doméstica e familiar, ao lado da violência física, sexual, patrimonial e moral. Ela estabelece medidas protetivas específicas para as vítimas, como mencionado anteriormente, e prevê punições para os agressores.

É importante destacar que a Lei Maria da Penha não se aplica apenas a mulheres. Ela também protege outras pessoas em situações de violência doméstica, incluindo homens, crianças e idosos. Qualquer pessoa que seja vítima de violência psicológica pode buscar amparo na lei.

Os impactos da violência psicológica

Os impactos da violência psicológica podem ser profundos e duradouros. As vítimas desse tipo de abuso muitas vezes enfrentam problemas de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Além disso, a autoestima e a confiança em si mesmas podem ser gravemente afetadas.

É fundamental buscar ajuda e apoio psicológico para lidar com os efeitos da violência psicológica. Terapeutas e psicólogos especializados em trauma podem oferecer suporte emocional e ajudar na recuperação.

Como denunciar a violência psicológica

Denunciar a violência psicológica é o primeiro passo para se proteger e buscar justiça. Existem várias maneiras de denunciar esse tipo de abuso:

Delegacia especializada: Procure a delegacia de polícia especializada em crimes contra a mulher ou violência doméstica. Eles estão preparados para lidar com casos de violência psicológica e podem orientar sobre os próximos passos.

Disque 180: O Disque 180 é um serviço de denúncia nacional que opera 24 horas por dia. Você pode ligar anonimamente para relatar casos de violência psicológica e obter orientações.

Aplicativos de denúncia: Alguns estados e municípios têm aplicativos específicos para denunciar casos de violência. Verifique se o seu estado oferece esse recurso.

Advogado: Como mencionado anteriormente, procurar um advogado é fundamental para iniciar o processo legal de obtenção de medidas protetivas.

Considerações finais

A violência psicológica é uma forma insidiosa de abuso que pode deixar cicatrizes profundas nas vítimas. É crucial reconhecer os sinais dessa violência, buscar ajuda e proteção legal por meio das medidas protetivas. A Lei Maria da Penha é uma ferramenta importante para garantir a segurança das vítimas de violência psicológica, independentemente de seu gênero.

Se você é vítima de violência psicológica ou conhece alguém que está passando por isso, não hesite em buscar ajuda. O JusDocs pode auxiliá-lo na obtenção de documentos jurídicos necessários para seu caso.

Compartilhe este artigo para conscientizar mais pessoas sobre a violência psicológica e como se proteger contra ela.

  

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Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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