Direito do Trabalho

Perempção em processos de inventário extrajudicial

Atualizado 26/12/2023

3 min. de leitura

Perempção em processos de inventário extrajudicial

O processo de inventário extrajudicial é uma ferramenta importante para a regularização da sucessão de bens após o falecimento de uma pessoa. Ele permite que os herdeiros realizem a partilha dos bens de forma mais rápida e simplificada, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. No entanto, é fundamental compreender como a perempção pode afetar esse processo e quais são os requisitos legais associados a essa questão. Neste artigo, discutiremos a perempção em processos de inventário extrajudicial no Brasil.

Inventário extrajudicial

A perempção, no contexto jurídico, é a perda do direito de agir em juízo devido à inatividade ou negligência da parte interessada. Ela pode ocorrer em diversos tipos de ações judiciais, incluindo processos de inventário extrajudicial. Em um processo de inventário, a perempção pode resultar na extinção do procedimento, impedindo a conclusão da partilha dos bens do falecido.

O inventário extrajudicial é uma modalidade de inventário que permite a partilha dos bens de uma pessoa falecida sem a necessidade de um processo judicial. Ele é regulamentado pela Lei nº 11.441/2007 e é uma opção viável quando não há conflitos entre os herdeiros e todas as partes concordam com os termos da partilha.

No entanto, para que o inventário extrajudicial seja realizado, é necessário cumprir uma série de requisitos legais e procedimentos específicos. Caso contrário, o processo pode ser afetado pela perempção, levando à sua extinção.

Situações em que a perempção pode ocorrer

A perempção pode afetar o processo de inventário extrajudicial em diversas situações. É importante que todas as partes envolvidas estejam cientes dessas situações para evitar a perda do direito de agir em juízo. A seguir, destacamos algumas das circunstâncias em que a perempção pode ocorrer:

Falta de interesse das partes

Se os herdeiros e demais partes envolvidas no inventário não demonstrarem interesse em dar continuidade ao processo, a perempção pode ser declarada. Isso pode ocorrer quando as partes não comparecem às reuniões ou não fornecem a documentação necessária para a realização do inventário.

Descumprimento de prazos

O inventário extrajudicial possui prazos específicos para a apresentação de documentos e o cumprimento de procedimentos. O não cumprimento desses prazos pode levar à perempção. É fundamental que todas as partes envolvidas estejam cientes dos prazos estabelecidos e tomem as medidas necessárias para cumpri-los.

Desistência das partes

Se uma ou mais partes envolvidas no inventário decidirem desistir do processo sem justificativa adequada, a perempção pode ser declarada. A desistência deve ser realizada de acordo com os procedimentos legais estabelecidos e comunicada de forma formal.

Falta de acordo entre os herdeiros

O inventário extrajudicial pressupõe a existência de acordo entre os herdeiros quanto à partilha dos bens. Se não houver consenso entre as partes e a negociação se tornar infrutífera, a perempção pode ocorrer.

Consequências da perempção em processos de inventário extrajudicial

A perempção em um processo de inventário extrajudicial pode ter sérias consequências para as partes envolvidas. Quando a perempção é declarada, o processo é extinto, o que significa que a partilha dos bens não será concluída por meio desse procedimento.

Além disso, a perempção pode atrasar significativamente a resolução da sucessão de bens e criar mais obstáculos para os herdeiros. É importante destacar que, após a perempção, as partes podem ter que recorrer ao inventário judicial, o que envolve um processo mais demorado e custoso.

Como evitar a perempção?

Evitar a perempção em processos de inventário extrajudicial é essencial para garantir a conclusão eficiente e eficaz da partilha dos bens. Para evitar a perempção, as partes envolvidas podem adotar as seguintes medidas:

Atividade processual adequada

Todas as partes devem manter uma postura ativa no processo de inventário, cumprindo todos os prazos e obrigações processuais estabelecidos pela lei. Isso inclui a apresentação de documentos, comparecimento às reuniões e a execução de medidas necessárias para dar andamento ao inventário.

Acordo entre os herdeiros

É fundamental que os herdeiros busquem um acordo entre si quanto à partilha dos bens. O consenso entre as partes é um dos requisitos para a realização do inventário extrajudicial. Caso haja divergências, é aconselhável buscar a mediação de um advogado ou recorrer ao inventário judicial.

Orientação jurídica

Contar com o apoio de um advogado especializado em inventário extrajudicial é fundamental para evitar a perempção. Um profissional experiente pode orientar as partes sobre os requisitos legais, prazos e procedimentos necessários para concluir o inventário com sucesso.

Considerações finais 

A perempção é uma questão relevante a ser considerada em processos de inventário extrajudicial. Para evitar a perda do direito de agir em juízo e garantir a conclusão eficiente da partilha dos bens, é fundamental que todas as partes envolvidas estejam cientes dos requisitos legais e prazos estabelecidos pela lei.

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Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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