O papel do agravo interno na dinâmica recursal do CPC/2015
Atualizado 08/04/2024
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O agravo interno é um recurso previsto no Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015) que desempenha um papel fundamental na dinâmica recursal dos processos judiciais brasileiros. Sua regulamentação traz importantes nuances que influenciam diretamente na condução dos litígios, exigindo dos operadores do direito uma compreensão clara de suas características e procedimentos. Neste artigo, exploraremos detalhadamente o papel do agravo interno no contexto do CPC/2015, analisando seus requisitos, objetivos e consequências para as partes envolvidas nos processos judiciais.
Conceito e Fundamentação Legal
O agravo interno, conforme disciplinado no CPC/2015, consiste em um recurso utilizado para impugnar decisões interlocutórias proferidas por juízes no curso do processo. Essas decisões são aquelas que não põem fim ao processo, mas resolvem questões incidentais e passíveis de provocar prejuízo às partes, caso não sejam revistas.
O fundamento legal para o agravo interno está previsto nos artigos 1.015 e seguintes do CPC/2015. De acordo com o artigo 1.015, inciso I, caberá agravo interno contra as decisões proferidas pelo relator que causarem prejuízo à parte, sendo que sua interposição será admitida nos tribunais de segunda instância, nas hipóteses em que o recurso couber por expressa previsão legal.
Requisitos de Admissibilidade
Para que o agravo interno seja admitido, é necessário observar uma série de requisitos de admissibilidade previstos no CPC/2015. Dentre eles, destacam-se:
Tempestividade
O agravo interno deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em lei, que normalmente é de 15 dias, contados da intimação da decisão impugnada.
Legitimidade e Interesse Recursal
Somente as partes legitimadas no processo têm legitimidade para interpor agravo interno, demonstrando interesse recursal na decisão que se pretende impugnar.
Fundamentação
O agravo interno deve ser devidamente fundamentado, apresentando argumentos consistentes que justifiquem a reforma da decisão recorrida.
Preparo
Em algumas situações, pode ser exigido o recolhimento do preparo recursal como condição para a interposição do agravo interno.
Procedimento de Interposição e Julgamento
O procedimento para interposição do agravo interno segue as diretrizes estabelecidas no CPC/2015. Após a decisão interlocutória desfavorável, a parte interessada deve protocolar o recurso perante o tribunal competente, observando o prazo e os requisitos de admissibilidade.
Uma vez interposto o agravo interno, caberá ao relator do processo analisar a sua admissibilidade. Caso o recurso seja admitido, será então submetido à apreciação do órgão colegiado competente para julgamento, que decidirá sobre a manutenção ou reforma da decisão impugnada.
Efeitos do Agravo Interno
O agravo interno possui efeitos específicos que influenciam no andamento do processo e nas relações entre as partes. Dentre os principais efeitos, destacam-se:
Efeito Suspensivo
Em regra, o agravo interno não possui efeito suspensivo, ou seja, a decisão impugnada continua produzindo seus efeitos enquanto o recurso tramita. No entanto, em algumas situações excepcionais, pode ser concedido efeito suspensivo pelo relator ou pelo órgão colegiado, mediante requerimento da parte interessada.
Efeito Devolutivo
O agravo interno possui efeito devolutivo, ou seja, o órgão julgador poderá revisar a decisão impugnada, analisando os argumentos apresentados pela parte recorrente.
Efeito Regressivo
Em caso de provimento do agravo interno, a decisão impugnada poderá ser reformada ou anulada, restabelecendo-se a situação anterior à sua prolação.
Jurisprudência
A jurisprudência brasileira tem consolidado entendimentos importantes sobre o agravo interno, contribuindo para a interpretação e aplicação das normas processuais. Dentre os principais pontos abordados pela jurisprudência, destacam-se:
Exigência de Fundamentação
A jurisprudência tem reiteradamente exigido que o agravo interno seja devidamente fundamentado, apresentando argumentos claros e consistentes que justifiquem a revisão da decisão recorrida.
Prazo para Interposição
A jurisprudência tem sido rigorosa quanto ao prazo para interposição do agravo interno, entendendo que a sua intempestividade acarreta a preclusão do direito de recorrer.
Limitação dos Efeitos do Recurso
A jurisprudência tem reafirmado a necessidade de observância dos limites impostos pelo CPC/2015 quanto aos efeitos do agravo interno, evitando-se interpretações extensivas que possam comprometer a celeridade e a efetividade do processo.
Considerações finais
Em suma, o agravo interno desempenha um papel relevante na dinâmica recursal do CPC/2015, permitindo às partes a revisão de decisões interlocutórias que possam causar prejuízo aos seus interesses no curso do processo judicial. Para tanto, é fundamental que os operadores do direito estejam atentos aos requisitos de admissibilidade, ao procedimento de interposição e julgamento, bem como aos efeitos e jurisprudência relacionados a esse recurso. Somente assim será possível garantir uma atuação eficaz na defesa dos direitos das partes envolvidas nos litígios judiciais.
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