Direito do Trabalho

Atualizado 12/12/2023

Medidas protetivas de urgência em casos de stalking

Carlos Stoever

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Medidas protetivas de urgência em casos de stalking

A perseguição persistente e obsessiva conhecida como “stalking” é uma ameaça cada vez mais comum na sociedade contemporânea. Para lidar com esse tipo de situação, o sistema jurídico oferece uma ferramenta importante: as medidas protetivas de urgência. Neste artigo, exploraremos o que é o stalking, como as medidas protetivas funcionam em casos de stalking, como obtê-las e como se proteger dessa forma de perseguição.

O que é Stalking?

O stalking, também conhecido como assédio moral ou perseguição obsessiva, refere-se a um comportamento repetitivo e intrusivo em que um indivíduo busca de maneira persistente e indesejada a atenção de outra pessoa, causando-lhe medo, ansiedade e angústia. Essa perseguição pode se manifestar de diversas formas, incluindo:

Perseguição online: O agressor pode usar as redes sociais, e-mails ou mensagens para assediar a vítima, invadir sua privacidade e ameaçá-la.

Perseguição física: Isso pode incluir seguir a vítima, aparecer em locais que ela frequenta e até mesmo ameaçá-la fisicamente.

Assédio telefônico: Chamadas incessantes, mensagens de voz ameaçadoras e mensagens de texto perturbadoras são comuns em casos de stalking.

Ameaças e Intimidação: O agressor pode fazer ameaças diretas à vida, integridade física ou psicológica da vítima.

Como Funcionam as Medidas Protetivas de Urgência em Casos de Stalking?

As medidas protetivas de urgência são um instrumento jurídico que visa garantir a segurança e a integridade da vítima em situações de perigo iminente, como em casos de stalking. Essas medidas podem ser solicitadas pela vítima ou por seu representante legal e são concedidas pelo poder judiciário.

As principais características das medidas protetivas em casos de stalking incluem:

Proibição de aproximação: O agressor é proibido de se aproximar da vítima, de seus familiares e de locais frequentados por ela.

Proibição de contato: O agressor não pode fazer contato direto ou indireto com a vítima, seja por meio de mensagens, telefonemas, redes sociais ou outros meios.

Restrição de acesso à residência: Em casos de stalking doméstico, o agressor pode ser proibido de entrar na residência compartilhada com a vítima.

Monitoramento eletrônico: Em alguns casos, o agressor pode ser obrigado a usar dispositivos de monitoramento eletrônico para garantir que ele não se aproxime da vítima.

Pensão alimentícia: Caso a vítima dependa financeiramente do agressor, o juiz pode determinar o pagamento de pensão alimentícia.

Como obter medidas protetivas de urgência?

Para obter medidas protetivas de urgência em casos de stalking, a vítima deve seguir alguns passos:

Registrar Boletim de Ocorrência: O primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência na delegacia de polícia mais próxima. É fundamental documentar todas as evidências do stalking, como mensagens, e-mails, registros de chamadas e qualquer outra prova relevante.

Procurar um advogado: Em seguida, é importante buscar a assistência de um advogado especializado em direito de família e violência doméstica. O advogado irá orientar a vítima sobre como proceder e representá-la legalmente no processo.

Requerer as medidas protetivas: O advogado preparará os documentos necessários para requerer as medidas protetivas junto ao juiz. É crucial apresentar todas as evidências disponíveis para fortalecer o caso.

Audiência judicial: Após a apresentação do pedido, o juiz marcará uma audiência para avaliar a situação. Tanto a vítima quanto o agressor serão ouvidos, e o juiz decidirá se as medidas protetivas são necessárias.

Cumprimento das medidas: Uma vez concedidas, as medidas protetivas devem ser rigorosamente cumpridas pelo agressor. Qualquer violação pode resultar em consequências legais graves.

A Lei Maria da Penha e o stalking

No Brasil, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é a principal legislação que trata da violência contra a mulher, incluindo o stalking. A lei reconhece o stalking como uma forma de violência doméstica e familiar e prevê medidas protetivas específicas para esses casos.

Além da Lei Maria da Penha, existem outras legislações e instrumentos legais que podem ser aplicados em casos de stalking, dependendo das circunstâncias. É importante buscar orientação jurídica adequada para determinar a melhor abordagem legal.

Medidas de proteção e segurança para a vítima

Além de buscar medidas protetivas de urgência, a vítima de stalking deve adotar algumas medidas adicionais para sua própria segurança, tais como:

Mantenha registros: Continue documentando qualquer forma de assédio ou perseguição, incluindo datas, horários e detalhes relevantes.

Comunique-se com alguém de confiança: Compartilhe sua situação com amigos ou familiares de confiança para que eles estejam cientes e possam oferecer apoio.

Aprimore sua segurança online: Altere senhas, ajuste configurações de privacidade nas redes sociais e evite compartilhar informações pessoais online.

Instale sistemas de segurança: Considere a instalação de sistemas de segurança em sua residência, como câmeras de vigilância e alarmes.

Esteja atento: Mantenha-se vigilante em relação ao seu entorno e evite situações de risco sempre que possível.

Considerações finais

O stalking é uma forma perturbadora de perseguição que pode causar sérios danos emocionais e psicológicos às vítimas. As medidas protetivas de urgência são uma ferramenta jurídica fundamental para garantir a segurança da vítima e coibir o agressor.

Se você é vítima de stalking ou conhece alguém que está passando por essa situação, não hesite em buscar ajuda legal e tomar medidas para garantir sua segurança. O JusDocs está disponível para auxiliar na obtenção de documentos jurídicos necessários para seu caso. Conte conosco para auxiliar na obtenção de medidas protetivas de urgência em casos de stalking e outros documentos jurídicos essenciais.

Compartilhe este artigo para conscientizar mais pessoas sobre o stalking e as medidas de proteção disponíveis. Juntos, podemos ajudar a combater essa forma de perseguição e garantir um ambiente mais seguro para todos.

Deseja aprofundar ainda mais sobre Medidas Protetivas? Confira nossos outros materiais sobre este assunto!

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Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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