Direito do Trabalho

Adjudicação compulsória em imóveis na planta: os desafios e particularidades

Atualizado 11/12/2023

4 min. de leitura

Adjudicação compulsória em imóveis na planta: os desafios e particularidades

A aquisição de um imóvel na planta é uma decisão significativa na vida de qualquer pessoa. No entanto, nem sempre o sonho da casa própria se concretiza como planejado, e os compradores podem se deparar com diversos desafios ao longo do processo. Um desses desafios é a possibilidade de recorrer à adjudicação compulsória, um instrumento jurídico que visa garantir os direitos dos compradores quando o empreendedor não cumpre suas obrigações contratuais.

Neste artigo, abordaremos em detalhes a adjudicação compulsória em imóveis na planta, bem como os principais desafios enfrentados pelos compradores nessa situação. Vamos explorar como esse instrumento pode ser uma ferramenta crucial para a defesa dos direitos dos adquirentes e como o Jus Docs pode auxiliar nesse processo.

Adjudicação compulsória em imóveis na planta: os desafios e particularidades

Como ja explicamos, a adjudicação compulsória é um instituto do direito que permite ao comprador exigir judicialmente que o vendedor cumpra com suas obrigações contratuais. No contexto de imóveis na planta, ela se torna relevante quando o empreendedor não entrega a obra no prazo acordado ou descumpre outras cláusulas contratuais.

Para que um comprador possa pleitear a adjudicação compulsória, é essencial entender os requisitos legais e os caminhos jurídicos que podem ser seguidos. Vamos analisar cada um desses aspectos a seguir.

Requisitos legais para a adjudicação compulsória em imóveis na planta

Contrato de compra e venda: O primeiro requisito fundamental é a existência de um contrato de compra e venda de imóvel na planta devidamente assinado pelas partes. Esse contrato deve estabelecer todas as condições da negociação, incluindo prazos de entrega, formas de pagamento e penalidades em caso de descumprimento.

Inadimplemento do vendedor: Para pleitear a adjudicação compulsória, o comprador precisa comprovar que o vendedor (empreendedor ou incorporadora) não cumpriu com suas obrigações contratuais, como a entrega do imóvel no prazo estipulado.

Notificação extrajudicial: Antes de ingressar com uma ação judicial, é comum que o comprador envie uma notificação extrajudicial ao vendedor, concedendo um prazo para que este cumpra com suas obrigações. Esse é um passo importante para demonstrar que o comprador buscou uma solução amigável antes de recorrer à via judicial.

Registro do imóvel: Em alguns casos, é necessário que o contrato de compra e venda esteja registrado no Cartório de Registro de Imóveis para que a adjudicação compulsória seja possível.

Pagamento das parcelas: O comprador deve ter cumprido com sua parte no contrato, ou seja, efetuado o pagamento das parcelas de acordo com o que foi estipulado.

Cumpridos esses requisitos, o comprador pode entrar com uma ação judicial visando a adjudicação compulsória do imóvel. No entanto, é importante observar que cada caso pode apresentar particularidades, e a orientação de um advogado especializado é fundamental para um processo eficaz.

Súmulas e jurisprudência relevantes

A jurisprudência brasileira tem uma série de decisões e súmulas que estabelecem entendimentos consolidados sobre a adjudicação compulsória em imóveis na planta. Essas referências podem ser extremamente úteis para orientar tanto compradores quanto advogados que atuam nessa área. Algumas das súmulas mais relevantes incluem:

Súmula 543 do STJ: “Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.”

Súmula 167 do STF: “O promitente comprador de imóvel, mediante promessa de compra e venda, torna-se parte legítima para a ação de adjudicação compulsória, ainda que não tenha registro do contrato no Registro de Imóveis.”

Súmula 263 do STJ: “A taxa de corretagem é devida quando, mediante intermediação, se efetiva a negociação com a intervenção efetiva do corretor, findando com a celebração do contrato.”

Súmula 378 do STJ: “Nos contratos celebrados com incorporadoras/construtoras, o adquirente de unidade autônoma de condomínio, ainda que não seja o primeiro proprietário, faz jus à devolução das quantias pagas a título de comissão de corretagem.”

Essas súmulas consolidam entendimentos sobre temas relacionados à compra de imóveis na planta e podem ser usadas como argumentos jurídicos em processos de adjudicação compulsória.

Principais desafios dos compradores em processos de adjudicação compulsória

Apesar de a adjudicação compulsória ser um instrumento legalmente estabelecido, os compradores podem enfrentar diversos desafios ao buscar a sua aplicação. Alguns dos principais desafios incluem:

Demora no Processo: Os processos judiciais podem ser morosos, o que significa que os compradores podem esperar um período significativo até que a decisão final seja proferida.

Custos legais: A contratação de um advogado e os custos judiciais podem ser onerosos para os compradores, especialmente se o processo se estender por um longo período.

Resistência do Vendedor: As construtoras e incorporadoras frequentemente resistem às demandas de adjudicação compulsória, o que pode prolongar ainda mais o processo.

Complexidade jurídica: A complexidade das leis e regulamentos envolvidos em casos de adjudicação compulsória pode dificultar a compreensão e a condução do processo por parte dos compradores.

Para superar esses desafios, é fundamental contar com o apoio de um advogado especializado em direito imobiliário. Além disso, o Jus Docs oferece uma solução prática para compradores que desejam garantir seus direitos de forma eficaz.

Como podemos ajudar?

JusDocs é uma plataforma que oferece documentos jurídicos elaborados por advogados renomados em suas áreas de atuação. No contexto da adjudicação compulsória em imóveis na planta, o Jus Docs pode ser uma ferramenta valiosa para os compradores.

A plataforma disponibiliza petições e documentos jurídicos específicos para ações, economizando tempo e esforço na pesquisa e elaboração desses documentos. Além disso, os documentos são constantemente atualizados com base na melhor doutrina e jurisprudência, garantindo que os compradores tenham acesso às peças mais adequadas para cada momento do processo.

Com nossa ajuda você pode eliminar dúvidas sobre a peça ideal para o seu caso e aumentar suas chances de obter êxito.

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Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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