Direito Civil

O Papel do Fiador na Impugnação à Execução de Dívidas Locatícias

Atualizado 18/03/2024

1 min. de leitura

O Papel do Fiador na Impugnação à Execução de Dívidas Locatícias

Você sabe em que contexto o fiador pode entrar com o processo de impugnação à execução de dívidas locatícias?

No Brasil, a Lei do Inquilinato, juntamente com outras normativas aplicáveis, estabelece as bases para esses contratos, para garantir a segurança jurídica das transações imobiliárias.

Nesse contexto, entender o papel de cada parte nesse contexto é fundamental para evitar conflitos e garantir o cumprimento adequado das obrigações contratuais.

Diante disso, no artigo de hoje exploraremos o papel do fiador na impugnação à execução de dívidas locatícias, destacando seus direitos, responsabilidades e estratégias legais para proteger seus interesses em situações de contestação da execução.

Esse conteúdo foi especialmente desenvolvido tanto para profissionais do direito quanto para a compreensão pelos envolvidos em contratos de locação que desejam se aprofundar no assunto.

Acompanhe a leitura conosco e fique por dentro!

Lei do inquilinato

No Brasil, os contratos de locação são regidos principalmente pela Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991, conhecida como Lei do Inquilinato. 

Esta legislação estabelece os direitos e deveres do locador (proprietário do imóvel), do locatário (quem aluga o imóvel) e, em muitos casos, do fiador (garantidor das obrigações do locatário).

Além da Lei do Inquilinato, o Código Civil Brasileiro, especialmente no que diz respeito às disposições sobre contratos e obrigações também cumpre o seu papel nessas relações de contratos imobiliários.

Dessa forma, ao lidar com contratos de locação, é importante consultar não apenas a Lei do Inquilinato, mas também outras normativas aplicáveis em direito imobiliário.

O fiador possui alguma responsabilidade na contestação da execução de dívidas locatícias?

De acordo com o estabelecido pela Lei do Inquilinato, o fiador, ao concordar em garantir as obrigações do locatário em um contrato de locação, assume uma responsabilidade subsidiária em relação ao pagamento das dívidas locatícias.

Ou seja, caso o locatário não cumpra com suas obrigações financeiras, o fiador pode ser acionado para quitar tais débitos.

Porém, é importante salientar que, no que diz respeito à contestação da execução das dívidas locatícias, a responsabilidade do fiador é delimitada por alguns princípios e normativas legais. 

Mesmo que o fiador tenha o direito de ser notificado e de participar do processo de execução, sua responsabilidade na contestação específica da execução pode variar conforme as circunstâncias do caso.

De maneira geral, o fiador não possui uma obrigação direta de contestar a execução das dívidas locatícias, uma vez que a relação jurídica principal é estabelecida entre o locatário e o proprietário do imóvel.

Todavia, caso o fiador decida contestar a execução, ele deve fazê-lo com base em fundamentos legítimos e sólidos, apresentando os fatos de maneira específica.

E qual seria a responsabilidade do fiador nesse contexto?

A extensão da responsabilidade do fiador na impugnação à execução de dívidas locatícias é determinada pela natureza da garantia prestada e pelas disposições legais aplicáveis.

Basicamente, o fiador assume uma responsabilidade subsidiária, o que significa que sua obrigação de pagamento surge apenas na hipótese de o locatário não cumprir com suas obrigações financeiras. 

Nesse sentido, a responsabilidade do fiador se limita ao montante das dívidas inadimplidas pelo locatário até o limite estabelecido no contrato de fiança ou pela legislação pertinente.

Contudo, é preciso ter atenção às cláusulas específicas no contrato de locação e na fiança, bem como pela legislação vigente para a responsabilização do fiador.

Além disso, a jurisprudência pode reconhecer certas limitações à responsabilidade do fiador, como a necessidade de notificação prévia sobre a inadimplência do locatário ou a possibilidade de o fiador invocar as mesmas defesas que poderiam ser utilizadas pelo próprio locatário.

O fiador tem o direito de impugnar a execução em nome do locatário?

A resposta para essa pergunta é depende. Esse tipo de ação é uma questão complexa que depende de vários fatores, como as disposições contratuais, a legislação aplicável e as circunstâncias específicas do caso.

Em geral, o fiador não tem automaticamente o direito de impugnar a execução em nome do locatário, já que isso faz parte das obrigações do locatário. 

Então, mesmo que o possa ser afetado pela execução das dívidas locatícias, a legitimidade para contestar a execução normalmente reside com o locatário, que é a parte principal no contrato de locação.

Porém, como sempre existem brechas, existem situações em que o fiador pode ter interesse legítimo em impugnar a execução em nome do locatário. 

Por exemplo, se o fiador alegar que o contrato de locação é nulo ou inválido por algum motivo, ele pode buscar impugnar a execução com base nesses fundamentos. 

Além disso, se o fiador acreditar que a execução está sendo conduzida de maneira injusta ou contrária à lei, ele pode tentar impugnar a execução para proteger seus próprios interesses financeiros.

Como o fiador pode se proteger ou se defender legalmente em caso de contestação da execução?

Antes de tomar qualquer medida, um advogado especializado em direito imobiliário deve ser consultado para avaliar a viabilidade e as implicações legais da contestação.

De qualquer modo, aqui vão algumas orientações do que deve ser feito para a impugnação da execução de dívidas locatícias:

  1. Análise do contrato de locação e da fiança

A primeira etapa que um fiador deve executar é revisar cuidadosamente os termos do contrato de locação e do contrato para conhecer as suas obrigações e direitos. 

É fundamental verificar se o contrato contém cláusulas que estabelecem limites claros para a responsabilidade do fiador, além de disposições relacionadas à notificação prévia de inadimplência por parte do locatário.

  1. Verificação da regularidade da execução

O fiador deve verificar se a execução das dívidas locatícias está sendo realizada de acordo com as normas legais por meio da análise da validade dos documentos apresentados pelo credor, cumprimento dos prazos legais e a observância dos direitos processuais do locatário e do fiador.

  1. Apresentação de defesa

Caso identifique irregularidades na execução ou tenha fundamentos legítimos para contestar as dívidas locatícias, o fiador pode apresentar uma defesa perante o juízo competente. 

Essa defesa pode incluir argumentos jurídicos, documentos comprobatórios e testemunhos que evidenciem a injustiça ou ilegalidade da execução.

  1. Recusa do pagamento indevido

O fiador tem o direito de recusar o pagamento das dívidas locatícias caso não esteja devidamente notificado sobre a inadimplência do locatário ou caso existam fundamentos legítimos para contestar a validade do contrato de locação ou da fiança.

  1. Busca por assistência jurídica especializada

Por fim, em casos mais complexos ou controversos, é altamente recomendável buscar por assistência de um advogado especializado em direito imobiliário. 

Um profissional qualificado poderá orientar o fiador sobre as ações legais, além de representar adequadamente perante o tribunal.

E aí, ficou fácil de entender?  Esperamos que o artigo tenha esclarecido todas as suas dúvidas! 

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Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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