Direito do Trabalho

Mandado de segurança na defesa de direitos trabalhistas: uma ferramenta jurídica essencial

Atualizado 06/02/2024

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Mandado de segurança na defesa de direitos trabalhistas: uma ferramenta jurídica essencial

O Mandado de Segurança, é um instrumento processual que visa proteger direitos líquidos e certos quando ameaçados por ato ilegal ou abuso de poder, estando presente nas diversas áreas do direito.

No âmbito trabalhista, ele se revela crucial na defesa dos direitos dos trabalhadores, proporcionando uma via célere e eficaz para a garantia de prerrogativas muitas vezes fundamentais para o sustento e dignidade dos cidadãos.

Seu principal objetivo é proteger direitos individuais, coletivos ou difusos contra atos de autoridade, sejam eles emanados do poder público ou de particulares no exercício de atribuições públicas, portanto, nessa esfera, sua utilização se concentra em assegurar o respeito aos direitos fundamentais do trabalhador.

O que é um mandado de segurança no contexto trabalhista?

A finalidade principal do Mandado de Segurança é assegurar a proteção de direitos considerados líquidos e certos, ou seja, direitos que podem ser claramente identificados e comprovados de maneira objetiva.

Para que o Mandado de Segurança seja impetrado, é necessário que a situação esteja vinculada a um ato de autoridade pública, seja ele proveniente do poder público ou de particulares que estejam exercendo atribuições públicas. 

O objetivo é proporcionar uma via célere e eficaz para a tutela de direitos, especialmente em situações de urgência, onde a demora poderia acarretar prejuízos irreparáveis.

Na esfera trabalhista, ele é cabível quando há ameaça ou lesão a direito líquido e certo do trabalhador, decorrente de ato ilegal ou abuso de poder, em casos nos quais a demora na prestação jurisdicional pode acarretar prejuízos irreparáveis ao trabalhador, a utilização desse instrumento se torna ainda mais justificada.

Exemplos práticos de situações em que o Mandado de Segurança pode ser empregado incluem o não pagamento de salários, a falta de fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), a recusa injustificada de concessão de benefícios previstos em lei, entre outros. 

Por ser uma ação célere, deve ser proposto sem delongas, visando evitar que a ameaça ou lesão ao direito se concretize, portanto, o prazo para sua impetração é de 120 dias a contar do ato que deu origem à violação, salvo nos casos de atos permanentes, nos quais o prazo se inicia a partir da cessação da permanência do ato.

O procedimento é relativamente simples, com a apresentação da petição inicial perante o Poder Judiciário, indicando claramente o ato coator, os direitos violados, a ilegalidade ou abuso de poder, e a exposição dos fatos que fundamentam o pedido, o juiz, ao receber a inicial, pode conceder liminarmente o Mandado de Segurança se verificar a presença dos requisitos legais.

Impacto nas disputas trabalhistas

Este instrumento é conhecido por sua tramitação mais célere em comparação com outros tipos de ações judiciais, o que é crucial em disputas trabalhistas, onde a urgência na proteção de direitos, como salários, condições de trabalho ou benefícios, muitas vezes é essencial.

A possibilidade de concessão de liminar no Mandado de Segurança permite a proteção imediata dos direitos ameaçados, evitando prejuízos irreparáveis ao trabalhador durante o curso do processo.

Exemplos práticos de situações em que o Mandado de Segurança pode ser empregado incluem o não pagamento de salários, a falta de fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), a recusa injustificada de concessão de benefícios previstos em lei, entre outros. 

O objetivo é garantir que, mesmo diante de relações de trabalho complexas, os direitos do trabalhador sejam prontamente resguardados.

Em casos de abuso de poder por parte do empregador ou de autoridades públicas, o Mandado de Segurança pode ser uma arma poderosa para contestar ações que violem direitos trabalhistas de forma flagrante.

Quando há decisões administrativas que impactam diretamente os direitos dos trabalhadores, como a negativa indevida de benefícios previdenciários ou a imposição de penalidades injustas, o Mandado de Segurança pode ser utilizado para contestar essas decisões.

Em situações em que as normas trabalhistas não estão sendo cumpridas pelo empregador, o Mandado de Segurança pode ser empregado para garantir a observância dessas normas e a proteção dos direitos dos trabalhadores.

O uso desse instrumento contribui para a efetividade das normas trabalhistas, assegurando que essas normas não sejam meramente teóricas, mas tenham aplicação prática na proteção dos trabalhadores.

Quais são os erros mais cometidos na elaboração dessa peça?

A elaboração de uma petição de Mandado de Segurança requer cuidado e atenção, pois alguns erros comuns podem comprometer a eficácia da ação, como, por exemplo, a falta de Indicação do Ato Coator.

É essencial identificar claramente o ato que está ameaçando ou lesando o direito do impetrante, a falta de precisão na indicação do ato coator pode gerar indeferimento da petição.

O Mandado de Segurança destina-se à proteção de direitos líquidos e certos, portanto, se os direitos não estiverem claramente especificados e comprovados na petição, pode haver a rejeição do pedido.

Além disso, o Mandado de Segurança exige a presença de abuso de poder ou ilegalidade no ato contestado, logo, caso a petição não demonstre de forma clara e fundamentada tais elementos, o pedido pode ser indeferido.

A falta de documentos que comprovem a ameaça ou lesão ao direito do impetrante pode enfraquecer a petição, acompanhar a inicial com a documentação adequada é crucial, também é necessário estar sempre atento ao seu prazo, afinal, seu descumprimento pode gerar a extinção do processo.

Por fim, uma redação clara e objetiva é fundamental, termos ambíguos ou uma exposição dos fatos confusa podem dificultar a compreensão da demanda pelo magistrado, uma petição genérica, que não aborda detalhadamente os elementos essenciais da ação, pode ser insuficiente para convencer o julgador da necessidade do Mandado de Segurança.

É interessante utilizar modelos para sua elaboração?

O uso de modelos na elaboração de peças processuais é uma prática comum e pode ser uma ferramenta útil para advogados, estagiários e estudantes de direito, no entanto, é crucial ter cautela, reconhecendo as limitações e garantindo que o modelo seja adaptado à situação específica do caso. 

Modelos podem fornecer uma estrutura básica para a peça processual, ajudando na organização dos argumentos, citações legais e elementos essenciais, o que é particularmente útil para quem está começando na prática jurídica.

Também pode economizar tempo, principalmente em casos que envolvem argumentos e situações jurídicas comuns, os modelos bem elaborados já incluem formulações padrão e citações jurídicas.

Ao seguir um modelo, há uma menor probabilidade de cometer erros técnicos, pois a estrutura já está pré-definida e alinhada com as exigências formais e substanciais do documento.

Confira alguns dos modelos de peças processuais disponíveis no nosso site.

Deseja aprofundar ainda mais sobre o Mandado de Segurança? Confira nossos outros materiais sobre este assunto.

Para saber ainda mais sobre a mandado de segurança, acesse o guia completo do JusDocs

Mandado de segurança contra atos de autoridades públicas no contexto político

Mandado de segurança em casos de violação de privacidade digital: protegendo os cidadãos na era digital

O impacto do mandado de segurança em decisões de saúde pública

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Foto de Carlos Stoever

Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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