Petição
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA $[processo_vara] VARA CÍVEL DA COMARCA DE $[processo_comarca]/$[processo_uf]
Processo nº $[processo_numero_cnj]
$[parte_autor_nome_completo], já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência por meio de seu advogado que esta subscreve, em atenção ao despacho de fl. 426, manifestar-se sobre o laudo pericial nos seguintes termos.
I-DO LAUDO DO IMESC
a) Da Evolução do Quadro
Em folha 413 se inicia o relato da evolução da doença e o procedimento adotado pelo hospital na análise do quadro infecioso do de cujus.
No dia $[geral_data_generica], após ser acometido com fortes enxaquecas durante mais de uma semana, o de cujus comparece ao hospital se queixando da persistência do quadro dor de cabeça, relatando na oportunidade, que o analgésico “lisador” não mais surtia efeito. Segundo laudo pericial, nesta oportunidade, a médica Dra. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], apenas receitou analgésico mais forte, o “cefalium”. Na oportunidade, atestou-se o acometimento de cefaleia (R-51).
Mesmo com a troca do remédio, no dia seguinte ($[geral_data_generica]), o de cujus voltou ao hospital apresentando regresso no quadro, com sintomas de cefaleia unilateral. Após posologia de “cefalium”, apresentou uma pequena melhora às 12:30, constatando lacrimejamento do olho direito sem sinais neurológicos. No mesmo dia, regressou ao hospital apresentando piora no quadro. Atendido pela Dra. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], optou-se, então, pela troca do remédio indicado pelo “verapamil”. Às 19:30 é internado e passa por um neurologista sem haver esclarecimento sobre algum procedimento adotado por este profissional.
No mesmo dia, às 03:08, atendido pelo Dr. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], relatou-se forte crise de dor de cabeça com a sensação de facada no olho esquerdo.
No subsequente dia ($[geral_data_generica]), o Dr. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], deu alta hospitalar, relatando quadro de pupilas- fotorreagentes (Isofoto)
Até o presente momento, Excelência, pelo relato exposto no Laudo Pericial, o único procedimento adotado pelos profissionais da saúde para o combate do quadro do de cujus fora a prescrição de analgésicos e medicamentos que combatem os efeitos da “dor de cabeça”, mas não a causa do problema.
Mesmo ante a persistência de quadro de dores intensas na região da cabeça por mais de uma semana, não foram apontados quaisquer tipos de exames que pudessem apontar a origem das dores.
Aos olhos de um homem médio e leigo no assunto, sente-se a ausência do apontamento de qualquer exame de infectologia ou sequer tomografico, que demonstrasse a busca pela origem das dores.
Mesmo com pioras no quadro e apático à posologia de remédios indicados, não se apontou a indicação de um médico neurologista que fosse atende-lo.
A Dra. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], segundo informação do sítio virtual “vitta me” , é medica generalista; a Dra. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica]0, segundo informação do sítio “catalogo med” , é otorrinolaringologista; o Dr. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], segundo informação do sítio “catalogo med”, é oftalmologista; o Dr. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], segundo consta no sítio “catalogo med” é neurocirurgião; nenhum deles, nerologista.
Veja-se, que não está se colocando em voga a competência destes profissionais, que certamente são muito competentes, contudo, se o Laudo aponta que as classes das cefaleias podem ser de gênese muito abrangente e vaga, será que não seria necessário que o de cujus passasse ao menos por um profissional especialista na área?
Considerando-se que, como apontado em fl. 418, a origem da dor de cabeça pode ser causada por um quadro de infecção virológica, bacteriana e afim, será que não seria necessário a realização de um simples exame de sangue, de urina ou de fezes? Atendando-se para o conteúdo exposto no laudo, não se aponta a realização de tais exames, ou sequer exame.
A grande gama de origens do quadro de dor de cabeça descrita em fl. 418, parece apontar para possibilidades de doenças muito graves como AIDS, rubéola, raiva, poliomielite, infecções no cérebro, meningite etc, que não parecem condizer com a aplicação remota de analgésicos.
Se a origem é vaga, não deveriam ser feitos múltiplos exames? Não deveria haver acompanhamento de um médico infectologista e neurológico? E se fosse uma doença altamente transmissível como a meningite e a rubéola?
A situação descrita parece grave e vaga, todavia, o procedimento adotado, em sentido diametralmente oposto, parece genérico e simples.
Veja-se que latente tal apontamento, quando se observa que o único especialista que soube da situação do de cujus, o médico neurologista mencionado pela Dra. $[geral_informacao_generica], CRM $[geral_informacao_generica], em $[geral_data_generica], às 19:30, mesmo sem avaliar a situação do paciente in loco, em análise ao quadro sintomático, recomendou sua internação.
Após …