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Modelo de Réplica à Contestação. Ilegalidade. Taxas. Seguro Prestamista. Abusividade. Cobrança de Título de Capitalização | Adv.Paula

PA

Paula Almeida

Advogado Especialista

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Resumo

Petição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA $[PROCESSO_VARA] VARA CÍVEL DA COMARCA DE $[PROCESSO_COMARCA] - $[PROCESSO_UF]

 

 

 

 

 

Processo: $[processo_numero_cnj]

 

 

 

 

 

$[parte_autor_nome_completo], já qualificados nos autos do processo em epígrafe, ajuizada em face de $[parte_autor_nome_completo], por sua atual procuradora, que está subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua

 

RÉPLICA

 

à contestação apresentada pelo Requerido nos mesmos autos, nos termos que seguem.

 

DOS JULGAMENTOS REPETITIVOS DO C. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

 

Sustenta, preliminarmente, a parte Requerida, que os temas discutidos nos autos, foi pacificada pelo C. Superior Tribunal de Justiça.

 

Todavia, conforme se analisa das próprias decisões, somente será aplicado as decisões dos julgados repetitivos, quando a parte Requerida, por não ter realizado qualquer comprovação das prestações de serviços, em total afronta aos Recursos Repetitivos 1.578.526/SP (TEMA 958) e Recurso Repetitivo1.639.259/SP (TEMA972).

 

Ademais, no que tange a “venda casada” do seguro fornecido, também não faz prova de liberdade na contratação a parte Requerente.

 

Desse modo, por não ter, a parte Requerida, comprovado as prestações de serviços, conforme determina as decisões repetitivas do C. Superior Tribunal de Justiça, bem como a livre negociação do seguro, descaracterizando a “venda casada”.

 

DA ALEGADA PRETENSÃO RESISTIDA

 

Sustenta a parte Requerida que não houve tentativas de contato “amigável”.

 

Ocorre que, a propositura da presente demanda não impede que haja uma conciliação.

 

Assim, se a parte Requerida tem interesse em conciliação, poderá entrar em contato com a patrona da parte Requerente, ou informar nos próprios autos.

 

Desse modo, não comporta o pedido da parte Requerida, não devendo prosperar a alegada preliminar.

 

DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA PARTE

 

Sustenta, preliminarmente, a parte Requerida, que é parte ilegítima, no que tange a cobrança do “seguro proteção”, uma vez que a contratação foi realizada por outra empresa.

 

Todavia, o presente seguro foi realizado como “venda casada”, não sendo oferecida qualquer outra seguradora a parte Requerente.

 

Assim, por se tratar de uma “venda casada”, estando o seguro vinculado ao contrato de financiamento.

 

Nesse sentido, os Tribunais de Justiça, já pacificaram pela nulidade da “venda casada”, vejamos:

 

AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE DEU PARCIAL PROVIMENTO À APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA PELO AGRAVADO. RELAÇÃO DE CONSUMO. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRETENSÃO INDENIZATÓRIA. ALEGAÇÃO DE VENDA CASADA DE SEGURO E FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. SEGURADORA QUE RESPONDE PELOS ATOS DA CORRETORA DE SEGUROS QUE A REPRESENTA, ANTE A ANUÊNCIA TÁCITA NA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 111, 432 E 735, TODOS DO CC/02 E DO ART. 122, DO DEC.LEI 73/66. DOCUMENTAÇÃO QUE COMPROVA A ANUÊNCIA NA CONTRATAÇÃO, MAS NÃO AFASTA O VÍCIO NO CONSENTIMENTO, ANTE A EXISTÊNCIA DE ELEMENTOS QUE INDICAM A FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO, DEVENDO SER RECONHECIDA A PRÁTICA ABUSIVA PREVISTA NO ART. 39, I, DO CDC. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, A ENSEJAR O DEVER DE INDENIZAR, SOLIDARIAMENTE, NA FORMA DOS ARTIGOS 14, 6º, VI,E 7º, TODOS DO CDC. DANO MORAL IN RE IPSA. VALOR QUE DEVE SER FIXADO CONSIDERANDO-SE O MODUS OPERANDI NA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS, A CAPACIDADE ECONÔMICA DAS PARTES, A EXTENSÃO DO DANO E O CARÁTER PUNITIVO-PEDAGÓGICO E REPRESSIVO DO ILÍCITO EM ABSTRATO. INDENIZAÇÃO NO VALOR DE R$ 3.000,00 QUE ORA SE FIXA, COM JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DA CITAÇÃO, POR TRATAR-SE DE RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL. IMPROCEDÊNCIA DOS DANOS MATERIAIS. AUTOR QUE NÃO NEGA A CONTRATAÇÃO DO SEGURO, MAS APENAS QUE ESTA TERIA SIDO CONDIÇÃO PARA OBTENÇÃO DO FINANCIAMENTO. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM QUE IMPEDE A DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO PRÊMIO PAGO, NA MEDIDA EM QUE O CONSUMIDOR SOMENTE BUSCA A TUTELA JURISDICIONAL AO FINAL DA VIGÊNCIA DA APÓLICE, APÓS TIRAR PROVEITO DA COBERTURA SECURITÁRIA. PROIBIÇÃO DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA MÁXIMA TRANSPARÊNCIA, ESTATUÍDO NO ART. 6º, III, DO CDC ANTE A AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES CLARAS E PRECISAS SOBRE A FORMA DE CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES. VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO AUTORAL DE QUE O VALOR DO PRÊMIO ESTÁ EMBUTIDO NAS PRESTAÇÕES DO FINANCIAMENTO. DETERMINAÇÃO INCIDENTAL DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO HÁBIL COMPROVANDO A QUITAÇÃO DO SEGURO. REVERSÃO DA SUCUMBÊNCIA, COM CUSTAS E HONORARIOS DE 20% SOBRE A CONDENAÇÃO PELAS RÉS. PRECEDENTES DO STJ E DO TJRJ DECISÃO AGRAVADA QUE SE MANTÉM. (TJ-RJ - APL: 00088361620128190202 RIO DE JANEIRO MADUREIRA REGIONAL 2 VARA CIVEL, Relator: SANDRA SANTAREM CARDINALI, Data de Julgamento: 29/05/2014, VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR, Data de Publicação: 02/06/2014)

CIVIL E CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. REVISÃO CONTRATUAL. CONTRATO DE FINANCIAMENTO. SEGURO PRESTAMISTA E SEGURO DE VEÍCULO. VENDA CASADA. SENTENÇA MANTIDA. 1. Trata-se de apelação interposta em face da sentença que, nos autos da ação de conhecimento (Busca e Apreensão), julgou: 1) procedente o pedido para consolidar a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem objeto do contrato em favor da parte autora; e 2) parcialmente procedente o pedido reconvencional para condenar a autora a restituir à ré os valores pagos no momento da contratação a título de seguro prestamista e seguro auto. 2. Quando a cláusula prevendo a cobrança de seguro prestamista e seguro auto evidenciar que sua contratação não constituiu mera faculdade assegurada ao consumidor, estando os valores embutidos nos custos do financiamento, fica caracterizada a prática de venda casada, devendo os valores pagos sob tais rubricas serem restituídos ao consumidor. 3. Recurso conhecido e desprovido. (TJ-DF 00062604720168070007 DF 0006260-47.2016.8.07.0007, Relator: SANDOVAL OLIVEIRA, Data de Julgamento: 01/07/2020, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 14/07/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

 

Por este motivo, não há razão para se falar em ilegitimidade da parte passiva, não devendo ser arguida a preliminar de ilegitimidade passiva.

 

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA / APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 

 

Tal medida é assegurada pelo artigo 6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor, pois a Requerente diante da situação com o Requerido é hipossuficiente, sendo que nem sequer ao contrato completo, de forma clara, teve acesso.

 

Já é pacificado nos Tribunais, isso se não unanime que a relação de cliente e banco é de consumo, logo a autora é amparada pelo CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, sendo assim cabe a Instituição requerida provar as suas alegações.

 

Nessa lógica, os Tribunais de Justiça, entendem pela aplicação do Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

 

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO NÃO RECONHECIDO PELA CLIENTE – FRAUDE – SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA – APELAÇÃO DO RÉU - Contratação de empréstimo consignado não reconhecida pela cliente – Cabe ao banco a prova da regularidade da transação – Inteligência do art. 6º, VIII, do CDC – Aplicação das Súmulas 297 e 479 do STJ – Dano moral indenizável – Sentença mantida - Pretensão do réu de redução do valor de R$ 12.000,00 fixado a título de indenização por dano moral – Quantum indenizatório fixado que se mostra excessivo, exorbitando o bom senso e a razoabilidade - Redução do valor da indenização para R$ 10.000,00 - Sentença reformada - Sentença que determinou a restituição em dobro dos valores descontados do benefício previdenciário da autora, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC – Impossibilidade – Ausência de má-fé do banco – Precedente desta Câmara – Sentença reformada - Honorários advocatícios – Pedido de redução – Descabimento – Verba corretamente fixada, nos termos do artigo 85, parágrafo 2º, do CPC – Sentença mantida. Recurso parcialmente provido. (TJ-SP - AC: 10028074620198260604 SP 1002807-46.2019.8.26.0604, Relator: Marino Neto, Data de Julgamento: 17/04/2020, 11ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 17/04/2020)

 

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CLIENTE DE BANCO LUDIBRIADO DENTRO DE AGÊNCIA BANCÁRIA. APLICAÇÃO DO CDC. CELEBRAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. FATO EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. A sentença deve ser mantida, uma vez que, de acordo com o documento da fl. 49, foi celebrado acordo extrajudicial através do qual foi restituído à parte autora, ora recorrente, o valor referente à sua pensão, que foi subtraída no interior da agência bancária ré, quando um indivíduo se fez passar por funcionário do banco. Ressalta-se que a demandante assinou recibo dando quitação da quantia recebida, inexistindo, portanto, interesse processual, nos termos do art. 485, inc. VI, do Código de Processo Civil. Destaca-se ainda que a situação em análise não se enquadra como dano moral puro, razão pela qual a parte autora precisava ter comprovado dano à sua higidez psíquica, o que não foi feito. NEGARAM PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70069698819, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rinez da Trindade, Julgado em 15/09/2016). (TJ-RS - AC: 70069698819 RS, Relator: Rinez da Trindade, Data de Julgamento: 15/09/2016, Sexta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 28/09/2016)

 

Diante disso, procedente e equânime todo e qualquer pedido no que tange a inversão do ônus da prova.

 

DA POSSIBILIDADE DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO

 

Como já salientado no tópico anterior, a relação entre as partes é de consumo, então toda e qualquer quantia retida indevidamente, que é o caso em questão, merece ser devolvida em dobro.

 

Salienta-se ainda que os valores cobrados pela Instituição Financeira requerida sejam exorbitantes, deixando assim o consumidor em total desvantagem na relação contratual.

 

DA EXISTÊNCIA DE DESEQUILÍBRIO CONTRATUAL

 

Diante dos valores cobrados pelo Requerido fica claro e evidente que há um desequilíbrio na relação contratual.

 

O requerente ao assinar o contrato não teve a oportunidade de pensar, de calcular, de ter ideia do que estava sendo anuído, somente vindo a constatar que está pagando duas vezes o valor do seu bem após a emissão dos boletos, aliás, prática comum está entre as instituições financeiras.

 

A Instituição Financeira requerida cobra valores de juros muito acima do legal, sem falar nos encargos as quais já são pacificados pelos tribunais como cláusulas abusivas.

 

Sendo assim fica claro e evidente que o Requerido está sendo colocado em absoluta posição de desvantagem no contrato, lembrando ainda que tal contrato é de adesão, logo ele não tem em hipótese alguma a oportunidade de negociar, questionar as cláusulas contratuais, ou seja, ou assina o contrato já pré elaborado e impresso ou não obtém o crédito.

 

DA INVALIDADE DO CONTRATO

 

Em que pese a resolução do banco central permitindo que as instituições financeiras cobrem valores que bem entender, tal medida não tem soberania perante ao CODIGO CIVIL, a qual prevê a cobrança de juros no  percentual de 1% ao mês, ainda assim mesmo que se falarmos em juros com base na resolução do Bacen, os encargos as quais são totalmente abusivos, como: taxa de registro de contrato, estão sendo cobrados, a quais a Instituição Requerida não demonstra e nem informa em sua contestação, sendo assim TOTALMENTE REVEL a este prisma.

 

Logo é fácil perceber que o contrato da Instituição esta totalmente em seu favor, utiliza-se da lei civil naquilo que lhe convém, e naquilo que não lhe convém utiliza-se de resoluções de autarquias, se valendo de clausulas que lhe dão ampla proteção para cobrar aquilo que lhe bem entender.

 

Veja Excelência, em momento algum o Requerente se negou a pagar, e em momento algum nega a divida, o que se questiona são os valores exorbitantes cobrados, que não condizem com os praticado no mercado, valores muitos evolutivos em face da inflação atual.

 

Sendo assim o que o Requerente pretende é pagar o valor justo, valor este não justo a ele por si só, valores com taxas e juros previstos em nosso ordenamento jurídico, valores cobrados em qualquer relação contratual regida pela lei civil.

 

DA PACTA SUNT SERVANDA

 

Tal argumento não merece guarida tendo em vista que os contratos bancários tem uma característica primordial, todos são de adesão. E JAMAIS O CLIENTE PODE QUESTIONAR O NÃO CONCORDAR COM QUALQUER CLÁUSULA, o principio que rege tal contrato é SE NÃO ASSINAR NÃO TEM O CRÉDITO.

 

Ainda sim jamais o Requerente como qualquer outro cliente tem a oportunidade de sequer ler de forma atenta o contrato, neste tipo de contratação o cliente é forçado a assinar em vários locais e linhas e a pessoa a qual esta representando a Instituição Financeira não informa nada sobre o contrato, apenas manda assinar, sendo que ate a cópia do contrato que é um direito previsto em lei para o cliente a Instituição não envia, sempre o cliente tem que fazer diversos contatos para obter cópia do mesmo.

 

Após o fechamento do negocio o contratante se vê “amarrado” com  as  clausulas  abusivas  do  Requerido,  e  não  consegue  mais  de forma alguma resolver a questão amigavelmente e se vê mais uma vez, rendido por aquilo  que  o  banco  cobra  a  seu  bem  entender. Tais taxas e juros não tem qualquer amparo legal, apesar de contrato ser lei entre as partes, este tipo de contrato padrão leva o cliente a erro, merecendo assim ser nulo ou então reformado.

 

DOS JUROS

 

Os juros estabelecidos ferem o princípio do equilíbrio contratual onerando o consumidor de forma gritante, tornando nulo o contrato de pleno direito, devendo o poder judiciário equilibrar tais encargos.

 

O artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, inciso IV, e parágrafo 1º também do mesmo diploma diz que são abusivas as obrigações que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou que sejam incompatíveis com a boa fé, o parágrafo primeiro define o que é vantagem exagerada.

 

A lei 1.521/51, não revogada pela lei 4.595/64, é clara ao estabelecer que se mostre de abusividade considerável o aumento da rentabilidade acima de 20% do lucro ou proveito econômico decorrente do negocio, dispositivo legal que deve ser observado também pelas instituições bancarias.

 

Como é cediço, a cobrança de juros capitalizados mensalmente é ilegal, e a matéria…

Taxas

Modelo de Réplica a Contestação

Título de Capitalização

Ilegalidade de Cobrança